A imprensa fascista e sua síndrome de escorpião - Forte Cultural

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sexta-feira, 2 de abril de 2021

A imprensa fascista e sua síndrome de escorpião

EdiSilva

Depois do fim, vem um novo começo. 

O grande problema é que a imprensa fascista é igual ao escorpião na piada do sapo*: ela vai picar no final, para não perder e não trair a sua natureza. 

Depois da entrevista, chamaram o Cláudio Humberto, aquele que foi porta voz do Collor e está o tempo todo, ainda hoje, batendo no PT e no Lula em todo jornalzinho onde trabalho. 

E ele foi chamado exatamente para isso. A empresa que o emprega sabe o que ele diria e deve tê-lo chamado exatamente para que você a voz dela, trouxesse a versão da casa sobre a entrevista e o que dissera Lula. 

Eu não assisti à fala dele, porque já sabia como seria e hoje tive a confirmação de que ele fez exatamente o que a patroa (a band) dele esperava. 

Quanto a Reinaldo Azevedo, nunca tinha ouvido a voz dele antes da entrevista e pelo jeito continuará assim. Não acredito nessa redenção. O PT precisa entender e pela entrevista que estou vendo agora com o Genoíno no DCM, pelo menos ele, Genoíno, entendeu. 

Essa imprensa fascista nunca será nossa aliada. Ela nunca será pelo menos imparcial. Ela tem dono, que são os donos dos jornais e dono faz o que quer com sua propriedade (mesmo quando é somente uma concessão - pelo menos no Brasil). Os donos da imprensa fascista são fascistas. O cara que está no governo pode até ser amargo para alguns deles, mas é mais saboroso que o PT. Eles metem o país nessa crise, que não acontece por causa do covid. O covid veio em hora boa para eles para camuflar o buraco econômico no qual nos meteríamos e que já estava totalmente sinalizado. E ajudou na retórica de entrega do patrimônio do país em troca de gordas comissões. Quando falam que uma refinaria estava sendo vendida pela metade do preço, esse é o valor público, pois na realidade ela pode ter custado muito mais, valor que nunca saberemos, pois falta interesse dos órgãos de defesa do Estado quando ele está em mãos amigas. 

São negócios e o capital não tem piedade e nem vê vidas humanas em seu caminho, sejam de pé ou enterrados.

**-**

* O rio estava cheio devido a uma forte chuva na sua cabeceira e o escorpião estava ali, na beira do rio, tentando encontrar uma forma de atravessar. Mal nadador, sabia que não tinha chances contra a forte correnteza.

E aí chega o sapo. O escorpião viu uma oportunidade. Pediu para o sapo que o levasse até o outro lado, no que o batráquio respondeu prontamente que não. O escorpião insistiu e, no fim, perguntou porque e o sapo lhe disse que se o ajudasse, terminaria com uma picada fatal, pois conhecia muito bem os modos do aracnídeo. O escorpião fingiu espanto e disse que aquilo seria uma burrice de sua parte, pois se o fizesse, os dois acabariam mortos no fundo rio. Tanto insistiu nesse argumento que o sapo se rendeu. 

Abaixou-se para que o escorpião subisse em suas costas e entrou no rio. Mal chegaram na metade e o escorpião cravou lhe o ferrão nas costas. Enquanto o sapo afundava nas águas agitadas, perguntou ao caronista ingrato: por que você fez isso? Não vê que assim morremos os dois? No que o escorpião lhe respondeu: eu não podia agir diferente. Essa é a minha natureza.


2 comentários:

  1. Eu mesma já usei essa metáfora mas observo que há um ponto de ruptura no argumento. Quando o escorpião pica o sapo, este, paralisado pelo veneno afunda matando a ambos. Não parece ser a vocação da imprensa fascista cometer suicídio voluntário (ou involuntário já que se trata de um instinto natural do escorpião). Sendo assim só posso deduzir que há um cálculo político bem maquinado com objetivo de ganho para ambas as partes. O sapo já não é tão ingênuo, nem o escorpião...

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    1. Realmente, não creio na intenção do suicídio. No caso da imprensa, a natureza dela só vai até a picada fatal, mas desde que ela esteja em local seguro.
      Boa sacada.

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