Escrito originalmente em 17 de dezembro de 2015
Ando afastado do blog por estar cuidando da saúde. Este momento pós transplante exige certas atenções.
A jornada pós transplante tem seus percalços. Apesar das melhorias na qualidade de vida, tem todos os cuidados já mencionados antes e alguns vírus oportunistas que aparecem para dificultar alguns momentos.
Existe um vírus chamado citomegalovírus.
As estatísticas dizem que 81% da população brasileira possui este vírus normalmente de forma inativa.
Apesar do nome feio, não mete muito medo para a população em geral, mas no caso de pacientes de transplante, com o sistema imunológico fragilizado em função dos medicamentos que tomamos para que nosso organismo não veja o novo órgão como invasor, ele pode causar alguns danos. Este vírus foi ativado em meu organismo e estou tomando a medicação para combatê-lo.
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Acesso |
Estou tomando esta medicação desde dois de dezembro.
Ontem, dezesseis de dezembro, saiu o resultado do último exame e o vírus apareceu zerado. Isto quer dizer que ele foi suprimido pela medicação, mas continua existindo, por isso terei mais uma semana de medicação como reforço para dificultar a volta dele.
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Wikipedia |
Para aplicação do medicamento contra o CMV, é implantado um "acesso" em uma veia do braço do paciente para não necessitar furar com a agulha em cada aplicação. O problema é que, no caso dos transplantados, novamente devido aos imunossupressores, para diminuir os riscos de infecção, este acesso tem que ser trocado a cada três dias e nossas veias vão ficando fracas devido ao medicamento e aos constantes furos e, cada vez, fica mais difícil implantar o acesso. No meu caso, que fazia hemodiálise, o braço esquerdo possui uma fístula artério-venosa onde era aplicado o tratamento, e este braço não pode ser usado para implantar o acesso, logo, só posso usar o braço direito, o que diminui minhas possibilidades.
Mas tem outro detalhe: os acessos normalmente não "duram" nem os três dias esperados e podem ser perdidos antes por uma série de fatores, tanto que neste período de quinze dias, já estou no sétimo acesso.
Mas tudo está correndo bem e tenho só mais uma semana com este remédio. Termino a tempo para o natal.
2020: Finalizando minha convivência com o citomegalovírus, o vírus realmente sumiu naquele momento, mas voltou cerca de um mês depois. Precisei fazer o tratamento ainda por mais de um mês. Depois disso minha médica trocou um dos medicamentos (eu tomava Tacrolimo + micofenolato de sódio + Prednisona. Foi feita a troca do micofenolato pelo everolimo, permanecendo os outros dois) para diminuição da imunidade e o vírus não voltou mais.
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