Citomegalovírus (CMV) e os transplantados - Forte Cultural

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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Citomegalovírus (CMV) e os transplantados

 Escrito originalmente em 17 de dezembro de 2015

 

EdiSilva
Ando afastado do blog por estar cuidando da saúde. Este momento pós transplante exige certas atenções.

A jornada pós transplante tem seus percalços. Apesar das melhorias na qualidade de vida, tem todos os cuidados já mencionados antes e alguns vírus oportunistas que aparecem para dificultar alguns momentos.

Existe um vírus chamado citomegalovírus.

As estatísticas dizem que 81% da população brasileira possui este vírus normalmente de forma inativa.

Apesar do nome feio, não mete muito medo para a população em geral, mas no caso de pacientes de transplante, com o sistema imunológico fragilizado em função dos medicamentos que tomamos para que nosso organismo não veja o novo órgão como invasor, ele pode causar alguns danos. Este vírus foi ativado em meu organismo e estou tomando a medicação para combatê-lo.

Acesso
Trata-se de uma bolsa com 375 ml de soro com o remédio (ganciclovir), aplicada duas vezes ao dia, no hospital. Logo, compareço pela manhã e no final da tarde, todos os dias, incluindo sábados, domingos e feriados.


Estou tomando esta medicação desde dois de dezembro.

Ontem, dezesseis de dezembro, saiu o resultado do último exame e o vírus apareceu zerado. Isto quer dizer que ele foi suprimido pela medicação, mas continua existindo, por isso terei mais uma semana de medicação como reforço para dificultar a volta dele.

Wikipedia
Para aplicação do medicamento contra o CMV, é implantado um "acesso" em uma veia do braço do paciente para não necessitar furar com a agulha em cada aplicação. O problema é que, no caso dos transplantados, novamente devido aos imunossupressores, para diminuir os riscos de infecção, este acesso tem que ser trocado a cada três dias e nossas veias vão ficando fracas devido ao medicamento e aos constantes furos e, cada vez, fica mais difícil implantar o acesso.  No meu caso, que fazia hemodiálise, o braço esquerdo possui uma fístula artério-venosa onde era aplicado o tratamento, e este braço não pode ser usado para implantar o acesso, logo, só posso usar o braço direito, o que diminui minhas possibilidades. 

Mas tem outro detalhe: os acessos normalmente não "duram" nem os três dias esperados e podem ser perdidos antes por uma série de fatores, tanto que neste período de quinze dias, já estou no sétimo acesso. 

Mas tudo está correndo bem e tenho só mais uma semana com este remédio. Termino a tempo para o natal.

2020: Finalizando minha convivência com o citomegalovírus, o vírus realmente sumiu naquele momento, mas voltou cerca de um mês depois. Precisei fazer o tratamento ainda por mais de um mês. Depois disso minha médica trocou um dos medicamentos (eu tomava Tacrolimo + micofenolato de sódio + Prednisona. Foi feita a troca do micofenolato pelo everolimo, permanecendo os outros dois)  para diminuição da imunidade e o vírus não voltou mais.


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