Os democratas no governo - A elasticidade da democracia

EdiSilva

Quanto mais vivo, mais percebo o quanto o termo “democracia” é elástico.

Basta lembramos que na Grécia, onde foi criado, apesar de significar “governo do povo”, não era tão abrangente assim. Somente os cidadães podiam participar das ações políticas da época e para ser cidadão, havia uma quantidade de critérios a cumprir:

A maioria dos governos ditatoriais se dizem democratas, assim como o fazia o governo militar brasileiro, que aterrorizou o Brasil entre 64 e 85.

Ontem um das ex-esposas de bolsonaro (interessante como elas se mantém fiéis ao ex somente impulsionadas pela ambição eleitoral, aparentemente), a mãe de um dos filhos, publicou uma charge que mostrava o ex-marido e outros militares à frente dos ministros do STF, como se fossem o cabo e o soldado prometido por um dos filhos (não tenho interesse em saber qual é qual, uma vez que os bolsonaros governam o país como se fossem um só corpo).

Questionada por “O Globo” se aquilo representava um apoio ao golpe militar, ela teria respondido que sua família “sempre lutou e continuará lutando pela democracia”.

Seria falta de entendimento do que significa o termo em seu sentido moderno, pós Estados Unidos*, ou somente falsidade intelectual, mentira pura e simples?

* Pós Estados Unidos, pois o sentido que este país dá à palavra também não significa “governo do povo”. Eles passam a maior parte do seu tempo tentando levar o seu sentido de democracia para os outros países que consideram como seus inimigos. E qualquer inimigo deles é ditador. Qualquer governo amigo e democrático. Mesmo dentro de seu país, “povo” significa quem tem mais dinheiro, pois são estes que mandam tanto nas eleições, quanto nas decisões dos três níveis de governo.

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