Catarse no planalto - Enfim, a Paz! - Forte Cultural

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segunda-feira, 28 de junho de 2021

Catarse no planalto - Enfim, a Paz!

 


EdiSilva

Brasília e entorno hoje estão se afogando no desejo por sangue. Me lembrou Aurélio (uma personagem que interpretei na peça "Metade de Mim"): "Eu quero sangue, eu vou beber o sangue dos meus inimigos. Eu quero matar, matar!" Nada melhor que um episódio desses para satisfazer o povo. Nada mais vampiro que o povo. Os imperadores romanos já sabiam disso quando promoviam os espetáculos com animais e gladiadores. Algumas da vítimas eram cristãs. Hoje, alguns dos algozes é que são.

A vingança parece doce, mas amarga no final.

Depois da catarse, tudo é paz.

Mas como se mata alguém, em uma troca de tiros, com trinta e oito balas no corpo?

A imprensa que, como no caso Lula, fazia parte do cerco policial, não consegue fazer as perguntas que precisa. Está envolvida emocionalmente.

Disseram-me hoje que a Lei é a culpada e que quando o bandido é preso, logo está solto. As leis precisam ter o máximo de cuidado para que não se prenda e nem se condene inocentes. E aqui o meu argumento vai beber do argumento usado por quem é a favor da pena de morte (se ela já não existe no Brasil para certas pessoas): a lei precisa ser cuidadosa para que inocentes não sejam criminalizados a ponto de correr-se o risco de que alguns culpados fiquem livres.

Muitas vezes a libertação de um possível culpado reside nos inúmeros erros cometidos na hora da prisão, atendendo ao desejo punitivista do povo e dos agentes do sistema de segurança. Depois, culpa-se o juiz.

E o principal argumento de quem discorda dessa linha de argumento é perguntar se estou defendendo bandido. Não! Estou defendendo o sistema de segurança e a Justiça. E você, que pode ser acusado de um crime do qual é inocente. Devemos possuir o sistema mais justo possível para que inocentes continuem inocentes.

Jornada nas Estrelas, a série clássica, tem um episódio no qual a população de um planeta passa quase todos os dias do anos obedecendo rigorosamente às leis e ao governo. É uma ditadura. Mas em uma noite de cada ano, uma única noite, à população é dado o direito de fazer o que quiser. Nada é proibido nessa noite. Nada é punido. No dia seguinte, tudo será esquecido e a vida volta ao normal. É o escape. Para nós existe o carnaval. Trata-se do episódio "A Hora Rubra".

Há poucos anos fizeram uma série de filmes coma mesma temática, mas o citado episódio de Jornada nas Estrela é dos anos sessenta.


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