Um diálogo ficcional - sobre um vírus real - Forte Cultural

Breaking

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Um diálogo ficcional - sobre um vírus real


EdiSilva

O secretário anuncia - Presidente - Chefe, o homem está aí.

Presidente - Chefe - Ok. Manda entrar.

O outro presidente entra. Depois dos cumprimentos costumeiros, prosseguem.

Presidente Chefe - Sente-se aqui.

Aqui o texto se torna momentaneamente interativo. Você pode escolher se o presidente foi convidado a se sentar em uma cadeira ou no colo do presidente - chefe. É uma figura para você guardar em sua mente.

Presidente - Chefe - Nós estamos enfrentando um problema que é comum a todos os países populosos. Temos gente sobrando.

Presidente - É verdade.

Presidente - Chefe - Nós fizemos um estudo e achamos que temos uma grande oportunidade em nossas mãos. O que está acontecendo no mundo é o ideal para nos livrarmos de boa parte de nossos problemas.

Presidente - Mas como podemos fazer isso?

Presidente - Chefe - Vamos inverter as coisas. Mudar tudo. Colocar o mundo de cabeça para baixo.

Presidente - Sim, o mundo sendo plano...

Presidente - Chefe - Não fala besteira! Só ouve. Nós vamos mentir como nunca fizemos antes...

Presidente - Vejo que o senhor não me conhece muito bem...

Presidente - Chefe - Cala a boca! 

O outro se encolhe na cadeira.

Presidente - Chefe - Vamos dizer que a ciência mente. O que a ciência receitar para a cura, nós vamos dizer que é mentira. Os remédios que curam, nós vamos dizer que matam. Nós, por causa do nosso cargo, estamos na imprensa o tempo todo. Mas como nós já desacreditamos a imprensa, o que ela disser contra nós e a favor da ciência só vai fazer o povo acreditar mais em nós. A OMS, a ONU, outros países, qualquer um que disser o contrário, nós atacamos.

Presidente - E o que nós ganhamos com isso?

Presidente - Chefe - Óbvio: a doença mata mais os doentes e velhos. E doentes e velhos representam despesa para o Estado e gasto de impostos. É aí que nós ganhamos. Vamos fazer velhos e doentes defenderem a nossa causa.

Presidente - Entendi.

Presidente - Chefe - (Irônico) Que bom! Mas vai morrer muita gente.

Presidente - Sem problema.

Presidente - Chefe - Vão fazer muita pressão contra a gente.

Presidente - E como reagimos?

Presidente - Chefe - Outros políticos vão se colocar contra nossas ideias. Quando morrer um monte de gente, nós diremos que a culpa é de quem estava contra nós. Que eles fizeram tudo errado e as pessoas morreram.

Presidente - E oque fazemos agora?

Presidente - Chefe - Volta pro seu país e começa. Tem que ser agora, no início. Se outras coisas começarem a dar certo antes, não vamos poder fazer mais nada.

Presidente - Sim, senhor!

Bate continência e sai.

Todos os personagens aqui mencionados são fictícios e qualquer semelhança com pessoas e capachos da vida real é mera coincidência.


2 comentários: