Coletivo Instrumento de Ver - Correio Elegante - Carta XIV - Forte Cultural

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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Coletivo Instrumento de Ver - Correio Elegante - Carta XIV



óia eu aqui de novo
xaxando
óia eu aqui de novo
para xaxar

Oi, ainda estamos aqui, e vocês? 
 

Sintonizadas na frequência da perseverança, seguimos com calma, tentando caber nesse mundo de cabeça pra baixo. Ainda bem que somos acrobatas.

A vida em seus métodos diz calma

Vai com calma, você vai chegar

Se existe desespero é contra a calma, é

E sem ter calma nada você vai encontrar

Viemos aqui trazer notícias. Nesses últimos meses fomos desenhando uma grande novidade. Lançamos agora mesmo, abrindo este mês de novembro. É uma forma de reunir toda essa força que vocês nos passaram para continuar, que foi fundamental! De longe, esses têm sido os meses mais difíceis pra nós e, claro, todos os trabalhadores da cultura. O mais difícil é que não vemos muitas perspectivas de mudança. Por isso estamos aqui, para pedir uma forcinha e reafirmar o nosso compromisso com vocês, com nosso público. 

 

Não tem sido fácil, balançamos várias vezes, analisamos prós e contras, mas por ora, decidimos manter a galpoa aberta, pelo menos enquanto vocês estiverem aqui, para nos dar as mãos. 

 

Nossa novidade é a campanha de financiamento recorrente, a Galpoa Viva - Rede de Amigos e Amigas do Instrumento de Ver. Nossa campanha nada mais é, que uma chamada para vocês fazerem uma assinatura e contribuírem mensalmente com o aluguel da galpoa. É que, assim, com o aluguel pago, poderemos ter energia e tempo para continuar criando, elaborando estratégias, reunindo pessoas (ainda que virtualmente), movimentando a arte e capitalizando para as outras despesas da galpoa. 

Filha, diga o que vê

Vejo e sinto Iemanjá

Trazendo uma doce esperança no olhar

Brisa boa se sente no ar

Mori, mori Oxumarê

Ami ojo dada mi

Não estamos inventando nem reinventado a roda, não é a letra de uma música inédita, é uma intervenção no que já estava aí. O financiamento coletivo é uma forma menos convencional de movimentar a economia, que ganhou muita força nos últimos anos. Também não é a nossa estreia no crowdfunding, o galpão também precisou de uma forcinha lá no início de tudo, para sair do papel e se tornar realidade, lá em 2018, quem lembra? Diante de um desejo enorme de criar um espaço e sem ferramentas mais óbvias para torná-lo realidade (empréstimo bancário, linhas de crédito, etc), lançamos a ideia ao mundo, para descobrir se pessoas como nós também consideravam aquele sonho digno de se tornar realidade. E foi um sucesso! 

Pelo sim, pelo não

Andá com fé eu vou

Que a fé não costuma faiá

Olêlê!

Foram dois anos de muitas atividades, por aqui circularam muitos grupos, artistas, crianças, festas e amor. Foram aproximadamente 2.000 pessoas passando pela nossa galpoa, em mais de 40 aulas/oficinas/workshops, 7 espectáculos, 8 grupos diferentes ensaiando e criando espectáculos, um festival, uma feira, uma exposição, algumas festas, a ocupação do Coletivo Antônica, a incubação do Núcleo Criativo Luneta, 2 colônias de férias, 3 contraturnos infantis, além de 7 projetos que foram elaborados e geridos lá dentro.

 

Agora, diante dessa realidade de pandemia e total falta de amparo por parte do governo, perguntamos de novo a vocês: é importante se engajar no movimento da cultura e manter todo esse setor girando? Nós já temos a nossa resposta, mas precisamos ouvir a de vocês. Afinal, são quem dão sentido a tudo isso. 

Eu não quero mais conversa

Com quem não tem amor

Gente certa é gente aberta

Se o amor me chamar

Eu vou

Foram sete meses intensos e de muita parceria. Chegamos até aqui pagando as contas com o apoio de vocês e dos muitos parceiros artistas que nos doaram suas obras. Nossas rifas foram um sucesso de bilheteria! E não parou! Mas agora queremos concentrar as energias nessa rede, por lá vamos sortear os presentes que estamos ganhando desses artistas e artesãos preocupados em contribuir com a sobrevivência da Galpoa. Mas não conta pra ninguém que esse benefício entre os assinantes ainda é surpresa.

Mesmo com o nada feito, com a casa escura

Com um nó no peito, com a cara dura

Não tem mais jeito, a gente não tem cura

Mesmo com o todavia, com todo dia

Com todo ia, todo não ia

A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando

A gente vai levando essa guia

"É minha cara/ eu mudei minha cara/ mas por dentro eu não mudo" já diriam Bruno e Marrone. Nós aqui também estamos mudando a forma de sustentabilidade da nossa galpoa, mas ela segue com sua essência. Um espaço focado na criação artística, um berço de artistas, um celeiro de ideias. De mansinho, vão ocupando nossa grade de horários e dando vida a esse espaço, mas não vamos colocar os bois na frente do carro. A pandemia não acabou e as atividades culturais não estão acontecendo no ritmo normal. Os financiamentos, os projetos estão pausados ou sendo retomados muito aos poucos. O que sustentou a nossa galpoa até antes da pandemia não foram só as aulas, nunca fomos uma academia ou uma escola. Foram aulas, sublocações, ensaios, eventos, projetos, tudo isso ao mesmo tempo, várias peças de uma engrenagem que parou durante meses e agora volta a funcionar muito lentamente. Por isso pensamos que, se o engajamento da nossa rede pagar o aluguel, podemos manter os outros boletos em dia com as ações que estamos retomando aos poucos.

Eu vivo no mundo com medo, do mundo me atropelar

Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar

E o mundo por ser redondo, tem por destino embolar

Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar

Tem hora que até me canso de ver o mundo rodar

Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar

Mas desde que o mundo é mundo, nunca pensou em parar

Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar

Compartilhar com vocês essa responsabilidade de construir um mundo novo, de fazer a roda da cultura girar, é uma forma de possibilitar a nossa atuação como artistas. Já nessa levada, até começamos um novo projeto de experimentação, o "Estudos de aproximação". Um processo de criação, uma composição, uma brincadeira, um teste, uma tentativa de chegar mais perto, tudo isso misturado em uma pesquisa livre que vamos inventar junto com aqueles que tiverem interesse em participar. Animou? Vai ser tudo pelo instagram no perfil do @instrumentodever, então manda seu perfil pra gente que te incluímos no grupo de "amigos próximos" para você acompanhar. 



Que bom, amigo

Poder saber outra vez que estás comigo

Dizer com certeza outra vez a palavra amigo

Se bem que isso nunca deixou de ser

Estamos ativas e cheias de ideias, buscando conexões com quem sempre esteve por perto. Mês passado fizemos um ateliê de escrita criativa com o Leo Shammah. Agora ele tá dando uma outra oficina nada básica: "Relevo - Um processos de criação, solos performativos, geopoética em cena, práticas de cocriação e acompanhamento de processo artístico", claro que a gente super indica. 
 

Nesse ritmo animado e musical mergulhamos em um desafio junto com a galera do Criolina. Para a nossa rifa, fizemos um ensaio bem divertido lá Cervejaria Criolina, marcando nosso único encontro presencial desde março.






Fizemos aqui uma listinha com todas as músicas que enfeitam essa carta, para vocês ouvirem, afinal, isso não é um programa de rádio, mas poderia ser ;-)

Até nossa próxima programação,

a coletiva

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