Sábado, 26 de setembro de 2020 de 16:00 a 18:00
Público · Organizado por Clube do Livro DF
O Clube do Livro – DF, Leitura de Clássicos orgulhosamente convida à todos e todas para encontro virtual na data de 26 de setembro de 2020, às 16 horas. No dia do evento, o clube usará o app Zoom e os interessados em participar devem acessar o link que será postado aqui ou requisitar via direct message no instagram.
'Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus'' foi a obra escolhida pelos membros do clube em votação durante os últimos encontros e será o tema da reunião.
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Sobre a Obra
Quarto de despejo (1960) consiste de um compilado de diários editados por Audálio Dantas, escritos por Carolina Maria de Jesus de maneira intermitente ao longo de 5 anos (entre 1955-1960).
O relato do cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
Um traço sempre presente nos diários é a fome, Carolina muitas vezes sente-se doente e fraca devido à pobre alimentação, ou às vezes nenhuma; fome que deixa o mundo triste e amarelo, segundo a escritora. O leitor se sente então tocado ao ver a angústia de Carolina por não conseguir juntar dinheiro o suficiente para comprar comida para alimentar os filhos, e emociona-se igualmente ao ler sobre a felicidade estampada no rosto das crianças quando a mãe conseguia comprar arroz, feijão e carne. Em momentos de maior dificuldade, quando não havia dinheiro algum, a família comia restos encontrados no lixão.
Além de seus próprios sofrimentos, Carolina toca em assuntos como a violência doméstica, muitas vezes causada pelo alcoolismo, e brigas entre vizinhos. A escritora, obviamente, erai contra todo tipo de violência sempre chamando a polícia era chamada pelos vizinhos de intrometida. Carolina Maria de Jesus, preocupava-se com a situação político- social do país, falando em nome de todos os marginalizados do país.
Sobre a autora
Negra, catadora de papel e favelada, Carolina Maria de Jesus foi uma autora improvável. Nasceu em 14 de março de 1914 em Sacramento, Minas Gerais, em uma comunidade rural, filha de pais analfabetos. Foi maltratada durante a infância, mas aos sete anos frequentou a escola — em pouco tempo, aprendeu a ler e escrever e desenvolveu o gosto pela leitura.
Em 1937, após a morte da mãe, ela mudou para São Paulo. Aos 33 anos, desempregada e grávida, mudou-se para a favela do Canindé, na zona norte da capital paulista. Trabalhava como catadora de papel e, nas horas vagas, registrava o cotidiano da favela em cadernos que encontrava no material que recolhia.
Um destes diários deu origem a seu primeiro livro, Quarto de Despejo - Diário de uma Favelada, publicado em 1960. A obra virou best-seller, foi vendida em 40 países e traduzida para 16 idiomas.
Após a publicação e o sucesso do primeiro livro, a autora se mudou para Santana, bairro de classe média da capital. Três anos depois, publicou o romance Pedaços de Fome e o livro Provérbios. Em 1969, saiu de Santana para Parelheiros, no extremo da zona sul da cidade, uma região de grandes contrastes entre ricos e pobres, mas com ares de interior que lembravam a cidade onde cresceu.
A escritora nunca quis casar e teve três filhos, cada um de um relacionamento diferente. Morreu em fevereiro de 1977, aos 62 anos, de insuficiência respiratória. Outras seis obras póstumas foram publicadas após sua morte, compiladas a partir dos cadernos e materiais deixados pela autora. Em 2017, sua história foi registrada por Tom Farias em Carolina - Uma Biografia, publicada pela editora Malê.
FONTE: http://bit.ly/GalileuCMJ
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Para adquirir obras da autora, visite:
IMPORTANTE:
A Livraria Cultura concede aos membros e participantes do encontro 10% de desconto para adquiri-la ou outros produtos do estabelecimento. Contate-os em 61 3410-4033 e informe que faz parte do clube.
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O encontro será mediado por Bárbara, Leandro e Ana Paula. Todos estão convidados para participar do papo e se juntar também ao clube.
Arte: LEANDRO LISBÔA
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